"TERNURA E BONDADE NÃO SÃO SINAIS DE FRAQUEZA E DESESPERO, MAS SIM MANIFESTAÇÕES DE FORÇA E RESOLUÇÃO".

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Filho do Homem até do sábado é Senhor


Em certa ocasião, Jesus passava, num dia de sábado, através das searas. Os seus discípulos, que tinham fome, começaram a arrancar espigas e a comê-las. Ao verem isso, os fariseus disseram-lhe: «Aí estão os teus discípulos a fazer o que não é permitido ao sábado!» Mas Ele respondeu-lhes:
«Não lestes o que fez David, quando sentiu fome, ele e os que estavam com ele?
 Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da oferenda, que não lhe era permitido comer, nem aos que estavam com ele, mas unicamente aos sacerdotes?
 E nunca lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa? Ora, Eu digo-vos que aqui está quem é maior que o templo. E, se compreendêsseis o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício, não teríeis condenado estes que não têm culpa. O Filho do Homem até do sábado é Senhor.» (Mt 12, 1-8)

Quer nos quer Jesus transmitir com esta mensagem? E hoje, o que é para nós o Templo? A casa que o homem constrói e onde se pratica o culto ou aquela que o próprio Deus criou?
Qual é a grande diferença entre elas?

Muitas pessoas criticam Jesus Cristo acusando-O de ser radical e exigente...contudo, mais cedo ou mais tarde, verificamos que são elas as mais fundamentalistas que, apegando-se a preconceitos e falsos rigores, deturpam a verdadeira Lei de Deus e, ao invés de serem causa de alegria se tornam verdadeiros acusadores e opositores aos valores que nos conduzem para o caminho da salvação...tais cristãos ainda não entenderam  o Amor de Deus nem a Boa Nova!
E nós, como agimos? Onde nos situamos? Que transmitimos?...
S.S.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Aprendei de Mim

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve(Mt 11, 28-30)

Comentário ao Evangelho do dia feito por Beata Teresa de Calcutá (1910 - 1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade.
«No Greater Love»
«Aprendei de Mim porque sou manso e humilde de coração»

Para nos tornarmos santos, precisamos de humildade e oração. Jesus ensinou-nos a rezar e também nos disse para aprendermos, seguindo o Seu exemplo, a ser mansos e humildes de coração. Só alcançaremos uma e outra coisa se soubermos o que é o silêncio. Tanto a humildade como a oração provêm de um ouvido, de uma inteligência e de uma língua que provaram o silêncio junto de Deus, pois Deus fala no silêncio do coração. Esforcemo-nos verdadeiramente por aprender a lição de santidade de Jesus, cujo coração era manso e humilde. A primeira lição dada por este coração é a de examinarmos a nossa consciência, sendo que o resto – amar, servir – surge logo a seguir. Este exame não é exclusivamente da nossa competência, mas releva de uma colaboração entre nós e Jesus. Não vale a pena perder tempo a contemplar inutilmente as nossas misérias; trata-se, isso sim, de elevar o coração a Deus e deixar que a Sua luz nos ilumine.

Se fores humilde, nada te afectará, nem a lisonja, nem a desgraça, pois saberás o que és. Se te repreenderem, não te sentirás desencorajado; e se alguém te disser que és santo, não te colocarás num pedestal. Se fores santo, agradece a Deus; se fores pecador, não te fiques por aí. Cristo diz-te para aspirares muito alto: não para seres como Abraão ou David, ou como qualquer outro santo, mas como o nosso Pai celeste (Mt 5,48). «Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi» (Jo 15,16).



Fonte: http://evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20120719


E ao extinguires-te

Como reporás a terra arrastada
Para a boca?
Foges e foges
E repousas à sombra da velocidade.
E ao extinguires-te dizes
Tudo
O que podia ser dito
Sobre a luz..
                   Daniel Faria

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Procurei


"Quando chegar o meu último dia, que ninguém se refira a que eu recebi o prémio Nobel da Paz, porque isso não tem importância.
Que ninguém diga que recebi mais trezentos ou quatrocentos prémios, porque isso também não tem importância.

Mas se alguém fizer a minha oração fúnebre, que não se esqueça de dizer que:
Procurei viver em serviço do próximo.
Procurei ser justo e caminhar com os que agiam com justiça.
Procurei amar e servir os homens.

Todas as outras coisas superficiais não têm importância. Não quero deixar nenhum dinheiro.
Eu só quero deixar uma vida de dedicação!

E isto é tudo o que eu tenho a dizer:
Se eu puder ajudar alguém a seguir em frente
Se eu puder animar alguém com uma canção
Se eu puder mostrar a alguém o caminho certo
Se eu puder cumprir o meu dever cristão
Se eu puder levar  a alguém a salvação
Se eu puder divulgar a mensagem que o Senhor deixou...então, a minha vida não terá sido em vão."
Martin Luther King


terça-feira, 17 de julho de 2012

Duc in altum...


Jesus disse a Pedro: «Duc in altum – Faz-te ao largo» (Lc 5,4) Pedro e os seus primeiros companheiros confiaram na palavra de Cristo e lançaram as suas redes. [...] Quem abre o seu coração a Cristo não só compreende o mistério da sua própria existência, mas também o da sua vocação, e amadurece excelentes frutos de graça. [...] Vivendo o Evangelho na sua integralidade, o cristão torna-se cada vez mais capaz de amar à maneira de Cristo, acolhendo a Sua exortação: «Sede perfeitos, como o vosso Pai do céu é perfeito» (Mt 5,48). Empenha-se em perseverar na unidade com os irmãos dentro da comunhão da Igreja, e põe-se ao serviço da nova evangelização para proclamar e testemunhar a maravilhosa verdade do amor salvífico de Deus. 


Queridos adolescentes e jovens, é a vós que, de modo particular, renovo o convite de Cristo a «fazer-se ao largo». [...] Confiai-vos a Ele, escutai os Seus ensinamentos, fixai o vosso olhar no Seu rosto, perseverai na escuta da Sua palavra. Deixai que seja Ele a orientar cada uma das vossas buscas e das vossas aspirações, cada um dos vossos ideais e dos desejos do vosso coração. [...] Penso ao mesmo tempo nas palavras que Maria, Sua Mãe, dirigiu aos servos em Caná da Galileia: «Fazei tudo o que Ele vos disser» (Jo 2, 5). Queridos jovens, Cristo pede-vos que aceiteis «fazer-vos ao largo» e a Virgem Maria anima-vos a não hesitardes em segui-l'O. Suba de cada canto da terra para o Pai celeste, sustentada pela intercessão materna de Nossa Senhora, a ardente prece para obter «operários para a Sua seara» (Mt 9, 38).


Jesus, Filho de Deus,
em Quem habita toda a plenitude da divindade,
Vós chamais todos os baptizados a «fazerem-se ao largo»,
percorrendo o caminho da santidade.
Despertai no coração dos jovens
o desejo de serem no mundo de hoje
testemunhas da força do Vosso amor.
Enchei-os do Vosso Espírito de fortaleza e de prudência
para que sejam capazes de descobrir
a verdade plena sobre si
e sobre a sua própria vocação.
Ó nosso Salvador,
enviado pelo Pai
para nos revelar o Seu amor misericordioso,
concedei à Vossa Igreja
o dom de jovens prontos a fazerem-se ao largo
para serem entre os irmãos uma manifestação
da Vossa presença salvífica e renovadora.
Virgem Santa, Mãe do Redentor,
guia seguro no caminho para Deus e para o próximo,
Vós que guardastes as Suas palavras no íntimo do coração,
protegei com a vossa intercessão materna
as famílias e as comunidades eclesiais,
para que estas saibam ajudar os adolescentes e os jovens
a responder com generosidade ao chamamento do Senhor.
Amen.
(Beato João Paulo II (1920-2005), papa Mensagem para a 42ª Jornada mundial de oração pelas vocações 17/04/2005 )

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Reino está próximo

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Em vosso caminho, anunciai: «O Reino dos Céus está próximo». Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu sustento. Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo." (Mt 10, 7-15)


A mensagem que Jesus tem para nós é sem dúvida que: «O Reino dos Céus está próximo»!

Temos que continuar a missão de Jesus...é fundamental estar muito atento, pois o Reino dos Céus está próximo...

Bem sabemos que, como cristãos, devemos anunciar o Reino contudo, muitas vezes parece que nos falta a vontade e a força para o fazer! Estamos tão acomodados à nossa rotina que nos desligamos do que é verdadeiramente importante! O supérfluo sobrepõe-se ao essencial...colocamos demasiadas coisas à frente do compromisso que estabelecemos com Jesus e damos prioridade a tantas coisas que nos afastam do caminho da Luz! Ser missionário é ser livre e amar incondicionalmente o outro...ser missionário é dar-se completamente sem esperar receber nada em troca...ser missionário é ser generoso e entregar-se, com humildade, ao serviço...ser missionário é continuar em frente mesmo quando parece muito difícil prosseguir...ser missionário é dar de graça o que de graça se recebe...ser missionário é, abrir o nosso coração a Cristo, anunciar a Boa Nova e permanecer no Amor!
S.S.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ora et Labora

S. Bento, cuja vida decorre entre 480-547, nasceu em Núrsia (Úmbria, Itália).
Foi um verdadeiro “homem de Deus”, conforme narra o Papa S. Gregório Magno (+604), ao fazer a sua biografia no “II Livro dos Diálogos”, mas não tão apoiados em factos históricos, mas sobretudo preocupado em mostrar, à luz de exemplos bíblicos, como o santo Patriarca do monaquismo ocidental “foi cheio do espírito de todos os justos”.

Trata-se de uma biografia exemplar, cujo género literário é de sabor bíblico e essencialmente motivador. Para além dos muitos milagres que narra e com que acredita a vida do santo, o biógrafo exalta a “Regra dos Monges” que S. Bento escreveu e com que levou tantos discípulos à vivência do Evangelho de Cristo depois de ter fundado os célebres mosteiros de Subiaco e Monte Cassino. É sobretudo nos dados do “Livro dos Diálogos” que os artistas fundamentaram a iconografia de S. Bento. Foi, contudo, pela Regra e pelos beneditinos, seus filhos espirituais e continuadores, que S. Bento mereceu ser proclamado “Padroeiro Principal de toda a Europa” pelo Papa Paulo VI (24/10/ 1964).

Na verdade, os seus monges, com a Cruz da fé, o Livro da cultura e Arado do trabalho, foram, na Idade Média, os autênticos obreiros da Europa cristã. É isto que faz a actualidade de S. Bento e dos seus monges beneditinos, cujo lema, “Ora et Labora”, se tornou paradigmático do monaquismo beneditino; por outro lado, a flexibilidade da Regra e a adaptabilidade que S. Bento lhe imprimiu, tudo isso explica a vitalidade da Ordem Beneditina, a única da Igreja Católica do Ocidente anterior ao ano mil.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A messe é grande

Mal eles se tinham retirado, apresentaram-lhe um mudo, possesso do demónio. Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: «Nunca se viu tal coisa em Israel.» Os fariseus, porém, diziam: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios.» Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.» (Mt 9, 32-38)


 Cada vez mais percebemos que o egoísmo é uma constante na nossa sociedade! Até aqueles que se afirmam e são cristãos comprometidos, catequistas, leitores, membros de movimentos, organizadores de eventos ou outra actividade voluntária dentro da Igreja, na maioria das vezes pensam e centram-se apenas em si próprios. Agarram-se às suas actividades como forma de se promoverem socialmente e, em certos casos, assumirem uma posição autoritária sobre os outros leigos, muitas vezes chegam inclusivamente, consciente ou inconscientemente, a tentar impor as suas opiniões aos sacerdotes, no intuito de se fazerem ouvir mais do que qualquer outro e, por assim se comportarem, deixam de ser verdadeiros operários na messe do Senhor! Perante estes casos o que se deve fazer? Consentir? Apoiar? Calar? Ignorar? Ou, pelo contrário, agir como Jesus, romper com estas posturas, chamar à atenção e acabar com estas situações de poder? 

Neste Evangelho vemos que a atitude de Jesus provocava divergências e reacções contraditórias...uns respeitavam e admiravam-No, eram humildes, puros de coração e acreditavam na Sua acção libertadora, mas outros, pelo contrário, julgando-se superiores, por estarem ligados ao poder, barravam a entrada de Deus nos seus corações e, para se justificarem, acusavam-No de ser enviado do demónio! No entanto, apesar das calúnias que sofria, Jesus continuava a Sua missão sem se deter! Também nós, por vezes, sofremos ofensas e calúnias injustificadamente mas, em vez de nos ancorar-mos em Cristo e prosseguir-mos na nossa acção missionária passamos o tempo a lastimarmo-nos, deixamo-nos dominar, sentimo-nos vítimas de tudo e de todos e acabamos por nos tornar blindagens ao amor de Deus, acusando-O por tudo o que nos acontece! 

Que tipo de operário sou eu?
Sou humilde servidor de Cristo e da Sua Igreja ou anseio pelo poder, pelo prestígio, pelo reconhecimento?
Reconheço o amor de Deus e, mesmo quando sou acusado ou ofendido, continuo o caminho da verdade e da justiça? Ou fecho-me sobre o meu sofrimento e deixo de acolher a graça que me vem do Senhor? 


Diz-nos Jesus: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.» Peçamos pois ao Senhor que nos envie mais vocações sacerdotais e roguemos-Lhe que ajude os leigos comprometidos a melhor amar e servir!
 S.S.

sábado, 7 de julho de 2012

Jesus incomodava porque fazia o bem ou porque o fazia?

"E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente." (Mc 6, 1-6)



Nesta passagem do Evangelho de S. Marcos, o evangelista mostra, claramente, que a admiração e simpatia que as pessoas sentiam por Jesus Cristo, acaba por se transformar em incredulidade e rejeição! Rejeição porquê? A resposta mais imediata surge no versículo 3: "Não é Ele o carpinteiro?"...por causa da sua condição humilde é difícil reconhecerem-lhe méritos! Tudo o que dizia e fazia parecia estar em contradição com o conhecimento que tinham das suas origens e, no entanto, é nesta contradição que é revelada a verdadeira identidade de Jesus Cristo!

Nesta passagem sente-se perfeitamente que a admiração que as pessoas tinham por Jesus Cristo não as levou à fé...

É fácil aceitar Deus no Alto, um Deus inacessível...para os conterrâneos de Jesus, difícil era aceitar que Ele vinha das suas terras, mais do que surpresa era algo que os inquietava...por conhecerem as Suas raízes,  não eram capazes de se abrir à novidade que Deus colocava diante deles!

E eu, como me revejo neste episódio? Sinto apenas admiração por Ele ou aceito-O, incondicionalmente, como o verdadeiro Filho de Deus presente diariamente na minha vida? 

A fé leva-nos ao reconhecimento de que Jesus é o enviado de Deus e, por isso, pode surpreender-nos em cada instante! A fé é o motor do milagre, aquele que crê encontra resposta aos seus pedidos e aflições. Este Evangelho, no qual Jesus tem uma experiência tão humana e tão dura, faz-nos pensar sinceramente na nossa maneira de ser e de estar na vida...quando alguém, que conhecemos bem, nos diz que está a pensar fazer algo que achamos estranho, como reagimos? Que dizemos? Será que apoiamos a decisão e lhe damos força? Ou, pelo contrário criticamos e, em casos extremos, até por inveja, desprezamos e rejeitamos essa pessoa? E com Deus qual é a nossa atitude? Como reagimos às propostas que Ele nos coloca? Acreditamos n'Ele?

Tantas vezes arranjamos mil e uma desculpas para não mudarmos, ficamos estáticos e por isso não nos renovamos...fingimos que não é nada connosco...quase já nem escutamos a Sua Palavra pois achamos que sabemos tudo de cor e já nada nos interpela ou causa espanto! O maior cego é aquele que não quer ver...o mais ignorante é aquele que tem o conhecimento à sua frente e o ignora! Acreditar em Jesus é muito mais do que dizermos que cremos que Ele viveu e morreu na Cruz, ressuscitou dos mortos e subiu ao Céu...acreditar em Jesus é deixar de viver de forma passiva e confiar plenamente n'Ele...acreditar em Jesus é estar vigilante e dar testemunho...acreditar em Jesus é aceitar o irmão exactamente como ele é...acreditar em Jesus é trocar a indiferença pela caridade...acreditar em Jesus é colocar a nossa vida inteiramente nas Suas mãos!

Para nos identificarmos com Jesus é imprescindível ser profeta e dar testemunho da proposta libertadora que Deus nos quer oferecer! Muitas vezes rejeitam-nos e o testemunho que somos chamados a dar é mal recebido e criticado...essas incompreensões, críticas e rejeições desiludem-nos, desgastam-nos, desanimam-nos e, tantas vezes, quase nos impedem de prosseguir! É nestes momentos de fragilidade que não nos devemos esquecer que Jesus, apesar da incompreensão dos seus conterrâneos continuou a missão que o Pai lhe confiara! Mesmo na adversidade, também nós temos que continuar a ser profetas, não podemos vacilar, temos que acreditar que Jesus está connosco e nos ajuda a transformar os fracassos em sucessos! A nossa grande missão é libertadora, transformadora e educadora...é fundamental anunciar o bem e denunciar o que é errado. Quando a força nos faltar invoquemos o Espírito Santo e façamos nossas as palavras de S. Paulo: «Por isso me comprazo nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias, por Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte.» (2Cor 12, 10)
S.S.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Meu Senhor

«Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!» (Jo 20, 29)

Para acreditar em Jesus Cristo, não necessitamos de muitos sinais, basta-nos escutar a Palavra e descobrir nela o sentido do que Deus nos quer dizer!

"Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele." (Jo 20, 30-31)

Crer em Cristo é apostar a vida na Sua promessa mesmo que o resultado não seja imediato. Crer em Cristo é ter a certeza da vida eterna. Crer em Cristo permite-nos ver o mundo com olhos diferentes. Crer em Cristo aumenta a nossa fé, traz-nos uma nova escala de valores e ajuda-nos a ver o que está invisível!

Cristo abençoa-nos e orienta-nos para escolhas sadias, para o caminho que constitui uma fonte de vida em abundância e para o que é essencial às nossas convicções. Cristo pede-nos que ensinemos aos outros a acreditar e a viver o Evangelho e garante-nos que seremos felizes se acreditarmos n'Ele. Através da fé, temos a certeza de que Cristo nos dará a coragem necessária para triunfar sobre todas as coisas que nos afligem.

No mistério da Consagração, ao professarmos a nossa fé, repetimos em silêncio "Meu Senhor e meu Deus" (Jo 20, 28)...não vimos Jesus Cristo fisicamente, mas acreditamos que Ele está presente nesse momento extraordinário! Temos dois caminhos à escolha: ver as chagas de Cristo para acreditar na ressurreição ou reforçar a nossa fé no ressuscitado, sem ser preciso vê-Lo!

A decisão é nossa...
S.S.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tudo posso...


"Tudo posso n’Aquele que me fortalece." (Filipenses 4, 13)


Às vezes, os nossos planos, mesmo aqueles que pensamos que Deus aprovou, têm que esperar e é por isso que, ao longo da nossa vida, tantas vezes desanimamos! 
Quando o momento da nossa escalada atinge um determinado nível, é sinal de sabedoria utilizar aquele tempo de espera para aprender e para nos prepararmos para o que Deus reservou para o nosso futuro...

"Passados uns oito dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar." (Lc 9, 28)
 
Subo a montanha com Jesus... 
Caminho com Ele e aproveito para Lhe falar...sobre o que tenho feito, o que tenho vivido e o que sonho para mim. 
Conto-Lhe o que desejo para mim. 
           Oiço o que Ele tem para me dizer...

Olho em meu redor... 
Vejo a montanha, o céu, as árvores, as flores...recordo a minha família, os meus amigos e até aqueles que sinto que nem sequer são muito meus amigos, mas que fazem parte da minha vida...procuro Deus aqui e agora!
O que é que Ele me pede que eu seja?
S.S.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Que tipo de árvore é a tua?

«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os conhecereis.» (Mt 7, 15-20)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Férias ...

Uns já partiram, outros preparam-se para desfrutar uns dias de descanso e outros observam, apenas, essas idas e vindas!

Todos temos consciência que, nestes tempos em que a crise parece agarrar-se “com unhas e dentes” a cada um de nós, falar ou pensar em Férias é algo que se está a tornar cada vez mais inatingível. Alguns dias numa represa, perto de casa ou numa praia, onde uns amigos, daqueles que também vão rareando, têm uma casinha e oferecem uma parte do seu tecto, é o que cada vez mais, o parco orçamento familiar vai permitindo!
Mas será que o significado das férias é apenas sinónimo de partidas e chegadas em que se tem como destino ambientes de sonho, lugares paradisíacos ou, simplesmente se pretende passar o dia sem a preocupação do trabalho diário?
Cada vez é mais importante aprender para ter férias e ter férias para aprender...quando estamos de férias não deixamos de nos alimentar fisicamente, por isso não devemos esquecer o alimento espiritual.

Em férias geralmente temos mais tempo para os nossos amigos e familiares, principalmente aqueles que estão mais longe...então, não esqueçamos o nosso maior Amigo, Aquele que tudo nos deu e que, embora tenha descansado ao 7º dia, nunca nos esqueceu e nunca tira férias de nós! Nas férias temos mais tempo para nos dedicarmos à leitura…que tal aproveitarmos para ler, também, algo diferente que nos complemente espiritualmente?

Pois é, aí vêm as férias...mas, o que significa ter férias?

Na realidade, o meu conceito de férias é algo bem maior do que o simples prazer de ir para um ambiente de sonho num local aprazível ou ficar perto de casa num ambiente mais modesto! Para mim o conceito de férias é apreciar, em família, de um tempo de lazer e partilha de experiências sem a azáfama do dia-a-dia. Sem telemóvel nem computador, sem televisão nem relógio...O meu conceito de férias é abrir o coração às coisas mais belas da Criação. É estar atenta ao canto das aves, ao riso das crianças, ao carinho dos idosos, ao sonho dos jovens. É valorizar o dom de estar vivo e agradecer a Deus pela graça do seu Amor incondicional, que nos é dado em cada novo amanhecer! O meu conceito de férias é….não perder a Verdade nas Férias para ter Férias de Verdade!

Pois é, aí vêm as férias...mas, nas férias, não tiremos férias de Deus!


S.S.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sede santos

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Vós ouvis­tes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: ‘Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!’ Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos.
Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.
(Mt 5,43-48)


Ontem, durante a sua reflexão na Eucaristia das 19h, o nosso Capelão, chamou-nos à atenção para o caminho da santidade dizendo-nos que este caminho não é só para alguns, como podemos à partida, embora erradamente, pensar. O caminho da santidade é para todos nós! 
O caminho da santidade é o caminho do amor, da doação, da solidariedade, da misericórdia, da concórdia, do perdão...é o caminho da Luz! Quem anda nas trevas anda perdido, desorientado, desgastado, amargurado...anda muito longe deste caminho de verdade onde a tristeza dá lugar à alegria, onde o rancor dá lugar ao amor, onde o vazio dá lugar à abundância! 
Para seguir o caminho da santidade é necessário cumprir o que Jesus nos pede: "sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito". 
Tornamo-nos santos se cumprirmos a vontade do Senhor e deixar-mos de lado tudo aquilo que nos afasta d'Ele! Seguir o caminho da santidade é uma decisão pessoal! 
Dizia Madre Teresa de Calcutá: "com toda a minha vontade vou amar Deus, vou escolher em Seu favor, vou correr para Ele, vou chegar até Ele e vou possuí-Lo». Mas tudo depende destas palavrinhas: «Eu quero» ou «Eu não quero». Devo aplicar toda a minha energia nestas palavras: «Eu quero»."
E eu?!


S.S.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rezar como Maria

8ª Cena: Maria guardava tudo no seu coração (Lc 2, 19)

Bendita seja a Virgem Santa Maria, que conservava a palavra de Deus, meditando-a em seu coração.
 
Contemplemos esta imagem...
Maria, com o seu Filho, em oração. Esta é a primeira atitude de Maria: orar! Maria foi a primeira discípula de Jesus, foi ela quem nos ensinou a rezar, a escutar a Palavra e a pô-la em prática. Aqui, de braços abertos a Deus, mostra-nos a sua disponibilidade e entrega e apresenta-nos Jesus
Maria está, sempre, disposta a acolher a Palavra de Deus, a pô-la em prática levando-a para a vida quotidiana!
Maria guardava todas as coisas no seu coração...e, nesse coração, guarda quem mais ama: o seu Filho Jesus! Ambos têm os braços abertos para acolher todas as pessoas que entram em oração com eles. 
Jesus, com a Sua mão direita, abençoa-nos, renova-nos, fortalece-nos e muda a nossa vida em em tudo isto a presença de Maria é constante. Ela, através da oração, acompanha-nos e conduz-nos para o seu Filho, é uma porta de acesso para Deus.
Maria mostra-nos que o fundamental está no coração, é aí que se guarda o essencial.

Para Reflectir:
"Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado." (Lc 2, 17-20)
Apenas Maria guardava todas as coisas no seu coração...
Foi nesta noite, em que o Sol eterno parecia eclipsar-se na carne de um bebé, que Maria percebeu que nascia, plenamente, o amor mais puro.
Foi nesta noite que o fulgurante Javé da sarça ardente se identificou no regaço de uma Virgem...contudo o mundo estava muito ocupado para perceber e descobrir tanta alegria!


Oração: 
 Maria ensina-nos a escutar  e a acolher
A Palavra de Deus, para que, como tu
Saibamos estar sempre disponíveis para
Realizar o plano que Ele tem para nós!

S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vem Espírito Santo

7ª Cena: Maria e os apóstolos recebem o Espírito Santo (Act 1, 13.14; 2, 1-4)

Quando chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no lugar onde se encontravam habitualmente.
Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago. E todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.
Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.


Contemplemos esta imagem...
Pentecostes...Maria, juntamente com os discípulos de Jesus, recebe a graça dos dons do Espírito Santo... 
Maria aceita o fogo sagrado de Pentecostes e recebe, também, da parte do Seu Filho, a bênção de ser discípula de Jesus...Maria aceita este grande dom que a converte em missionária.

Fixemo-nos nas mãos abertas de Maria...
Ela acolhe e oferece essa força quem vem do Alto. Maria é portadora do Espírito Santo.

Fixemo-nos nos discípulos...
Também eles estão cheios desse Espírito e virados para Maria. A sua atitude mostra-nos que ela é a nossa Mãe, que nos acolhe e transmite esse dom, essa fortaleza que nos chega de Deus.
As línguas de fogo representam a paixão, o dinamismo desse dom que recebemos do Senhor. É a força que nos impulsiona a transmitir a Boa Nova que nos anuncia que Jesus é a Luz e o Fogo do Espírito que nos invade, penetrando em nós, desde a mente até ao coração.


Para Reflectir:
Diz-nos Lucas que os discípulos regressaram a Jerusalém cheios de alegria...por fim começaram a perceber! Agora entendiam até que ponto Jesus havia vencido a morte. Agora descobriam que o seu Mestre era o grande amor da vida: "Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos, e disso nós somos testemunhas." (Act 3, 15), tal como alguns dias mais tarde, S. Pedro, proclamaria no seu primeiro sermão aos judeus: "Ele foi entregue segundo o desígnio determinado e a previsão de Deus" (Act 2, 23). Agora davam-se conta de que aquele "Eu Sou" tinha sido uma das chaves da predição de Jesus sobre si próprio. Muito antes que a morte aparecesse no horizonte, havia proclamado a Sua existência, de forma surpreendente e com a mesma linguagem que os profetas falavam da existência eterna de Javé. Jesus falava da Sua vida como uma sarça que ardia e ardia sem se consumir.


Oração: 
Maria, mãe de Deus e nossa Mãe, 
Pedimos-te que nos ajudes a caminhar
E a construir uma Igreja
Sem ódios nem divisões
Onde todos sejamos irmãos!


 S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)

domingo, 27 de maio de 2012

Eis o teu filho...eis a tua Mãe...

6ª Cena: Maria junto da Cruz (Jo 19, 25 - 27)

Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho».
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.



Contemplemos esta imagem...
Maria junto da Cruz, junto de seu Filho! Acompanha o Seu sofrimento, as Suas últimas horas de vida. Maria está unida ao sofrimento de Jesus e ao mistério da redenção e da salvação levada a cabo por Cristo com a Sua morte e sacrifício na Cruz.
No cenário da crucifixão, o momento mais dramático da vida de Jesus, encontramos sofrimento, dor e agonia. Contudo, este ícone transmite-nos serenidade, aceitação da vontade de Deus e, sobretudo, sentimos que irradia uma paz e sossego que nos convida à oração e à contemplação do mistério da Cruz.

Fixemo-nos nos rostos...
Maria ao lado de Jesus transmite-nos uma profunda paz. Nos seus rostos não há sofrimento, nem rasgos de dor. Os seus olhos fixos permanecem numa atitude contemplativa. Jesus olha para a Sua mãe a oferece ao homem, oferece-a como mãe de toda a humanidade. Do Seu corpo trespassado sai água e sangue...os símbolos do Seu sacrifício e entrega.

Fixemo-nos na Cruz...
É uma árvore, simboliza a árvore da vida. Pela Cruz nos veio a Vida e a Salvação. Maria olha para nós com imensa paz e serenidade convidando-nos a participar nesse grande mistério: a morte de Jesus. Contemplemos esta cena desde o interior, experimentando essa paixão vivida tanto por Jesus como por Maria.


Para Reflectir:
Aquele pequeno grupo ao pé da Cruz, aquela Igreja nascendo, estava ali por algo mais do que simples razões sentimentais. Estava unido a Jesus, não apenas pela Sua dor, mas pela Sua missão. E nesta Igreja Maria tem uma posição única. Até aqui essa missão e essa posição tinham permanecido na sombra, mas agora, na Cruz, manifestam-se para a eternidade, por isso está desenhada em primeiro plano. É nesta hora, é neste momento que Maria ocupa, com plenos direitos, o seu papel na obra redentora de Jesus e como Sua mãe. É a esta Igreja e a esta comunidade que é dada uma mãe espiritual. É este o grande legado que Cristo concede à humanidade desde a Cruz. É esta grande tarefa que, na hora da verdade, é encomendada a Maria. É como uma segunda Anunciação...há trinta anos, um anjo convidou-a a entrar pela difícil porta da Casa de Deus. Agora não há anjo, é o próprio Filho que lhe anuncia a tarefa de receber todos, como filhos da sua alma...e ela, aceita! Aceita da mesma forma que o tinha feito há trinta anos...entrega-se, totalmente, nas mãos do Senhor!


Oração: 
Avé Maria,
Cheia de graça,
Roga por nós e por todos aqueles que oferecem, totalmente
A sua vida e o seu amor ao teu Filho 
Para que sejamos todos dignos do Amor que Ele nos deixou!

 S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)

domingo, 20 de maio de 2012

As bodas de Caná

5ª Cena: As bodas de Caná (Jo 2, 1- 11)

Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento. A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima. Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho, – ele não sabia de onde viera, pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam – chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.



Contemplemos esta imagem...
Jesus participa numas bodas e realiza o seu primeiro milagre: para não se estragar a festa dos noivos, converte a água em vinho.
Observamos, Jesus, os noivos, o anfitrião e as mãos de uma pessoa: trata-se de Maria.


Fixemo-nos nos objectos...
As ânforas, o vinho, a água, os jarros, o vinho derramado na mesa...
As mãos de Maria indicam-nos o que devemos fazer...o que Jesus nos diga, ou mande fazer. Devemos estar abertos ao que Ele queira. E, tal como fez Maria, devemo-nos colocar nas suas mãos e cumprir a sua vontade. O seu sangue vai ser derramado por nós. Jesus entrega-se por cada um de nós. Quando converte a água em vinho, regala-nos com o seu dom e trás-nos uma nova vida. O impossível torna-se possível. O ordinário converte-se em extraordinário. É este o nosso Deus. Muda a vida e converte-a em novidade.
Para Reflectir:
Compreende Maria o sentido das palavras de Jesus? Deve, pelo menos, intui-lo. Por isso diz, mais do que como se fosse uma ordem: "Façam como Ele vos diz"! Após isto, Maria entra em silêncio e dá-se início à palavra de Deus, que é o Seu Filho. Maria pede aos homens que obedeçam a essa palavra e entra na sombra do silêncio. Perante aquela situação, Maria, percebeu o terrível significado daquele vinho que os convidados alegremente bebiam...

Oração: 
Em Maria encontramos a mulher perfeita,
ao contemplarmos a sua ternura e aos escutarmos
as suas palavras
entramos em comunhão com a esfera celeste
rogamos, agradecemos,
rezamos e acreditamos
que, com Ela, estamos mais
próximos de Deus, Nosso Senhor!
S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)

domingo, 13 de maio de 2012

Apresentação de Jesus no Templo

4ª Cena: Apresentação de Jesus no Templo (Lc 2, 21- 39)

Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na lei do Senhor: Todo primogénito será consagrado ao Senhor e para oferecerem um sacrifício segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas, ou dois pombinhos. Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste ante a face de todos os povos;  luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel. Enquanto isso, seu pai e sua mãe se admiravam das coisas que deles se diziam. E Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, sim, e uma espada trespassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era já avançada em idade, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade; e era viúva, de quase oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. Chegando ela na mesma hora, deu graças a Deus, e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Assim que cumpriram tudo segundo a lei do Senhor, voltaram à Galileia, para sua cidade de Nazaré.


Contemplemos esta imagem...
Fixemo-nos nas personagens: no sacerdote, em Maria, em Jesus e em S. José. Prestemos atenção às cores. Situemos o nosso olhar na mesa onde está  o pão e o vinho, representados num cálice e numa patena. 
Situemo-nos na Apresentação de Jesus ao Tempo. É apresentado aos judeus. Apresenta-se diante de Deus, seu Pai. É o início da Sua vida como judeu.
Maria oferece Jesus para ser circuncidado. Simeão aceita-o e segura-o. Aqui Jesus derrama o seu primeiro sangue, é o seu primeiro sacrifício pelos homens. 
Observa com que veneração Simeão segura Jesus nos seus panos de pureza. Reclinado reconhece o mesmo Jesus que vai ser sacrificado pelos homens e que vai derramar o seu sangue pela sua salvação. Maria oferece seu filho Jesus, aceitando a vontade de Deus: aceita o seu sacrifício. José assume, também, essa vontade que vem de Deus e oferece os dons estabelecido pela Lei.
Nesta imagem o essencial é o sacrifício, a entrega, a doação que Jesus realiza e que prefigura o seu destino na cruz: o sacrifício e o sangue derramado. Por esse motivo estão sobre a mesa os dons do seu sacrifício: patena - o corpo e o cálice - o sangue. 


Para Reflectir:
Nesta cena ocorrem dois ecos importantes: a circuncisão e a imposição do nome de Jesus. O pequeno ser derrama a sua primeira gota de sangue. Teve lugar a circuncisão após oito dias do seu nascimento e isso foi, sem dúvida, da maior importância para Maria e José. Foi nesse momento que se fazia a aliança com Deus: aquele sangue derramado constituía-se como herança das promessas de Abraão. Jamais se podia imaginar que aquelas gotas de sangue que caíram sobre a mesa e as lágrimas do menino, seriam o primeiro passo para o sacrifício do Cordeiro.


Oração: 
 Bendita seja a tua pureza
E eternamente o seja,
pois todo um Deus se recria,
em tão graciosa beleza.
A ti celestial princesa,
Virgem Sagrada Maria,
te ofereço este dia,
alma, vida e coração.
Olha-me com compaixão,
não me deixes, minha Mãe.

S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)

sábado, 12 de maio de 2012

O Nascimento

3ª Cena: O Nascimento de Jesus (Lc 2, 1-14)

Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era governador da Síria. Todos se foram recensear, cada um à sua cidade. José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe. Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos. O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo. Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».



Contemplemos esta imagem...
Está representado o nascimento de Jesus.
A noite, com a sua obscuridade, cobre o céu, mas uma luz dourada ilumina o acontecimento.
Na chegada de Deus, ao mundo, está presente uma estrela!  

Onde se encontram?
Numa gruta...
Jesus está só, mas rodeado pelos seus pais...

Qual a atitude de Maria? 
Maria, contempla este mistério ajoelhada em sinal de veneração e prostração.
Segura a mão do seu filho e balança-a. 
Amor de mãe! 
Neste acontecimento transparece a simplicidade e a ternura.

Que podemos pensar?
Deus nasce numa manjedoura...que loucura! Mas que paixão e amor por nós!
Deus perturba-nos novamente...faz-se menino, simples e humilde, está despojado de toda a grandeza e abre os braços ao mundo...a todos...a ti e a mim, para nos acolher!

Olhemos para o pai...
S. José tem um ar sereno e medita neste mistério de Deus.
Acolhe Aquele que vem das Alturas...aceita, sem culpa nem ressentimento, cumprindo a vontade de Deus!
Contempla e aceita...Que se cumpra a Tua vontade! Senhor, não entendo, mas aceito!

Fixemo-nos no ambiente...
A rocha representa a terra, o mundo ao qual Jesus veio na humildade do seu destino.  
A árvore que floresce representa o tronco de Jessé, nele se cumprem as promessas. "Um ramo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará de suas raízes" (Is 11,1)...o ramo, será a Mãe e o rebento, o Seu Filho!
A árvore sem vida refloresce...Deus renova as coisas e a Sua promessa cumpre-se: Com Jesus floresce a vida e muda-se o destino dos homens!


Para Reflectir:
"Ali se encontrava Maria e José, olhavam mas nada entendiam...era Aquele, um ser indefeso, de carne branca e macia, quem o Anjo anunciara e que o seu povo esperara durante séculos? 
Adoravam-no mas não entendiam...
Era aquele bebé o Enviado para salvar o mundo?
Deus era Todo-Poderoso...aquele menino, frágil e indefeso...
O Filho esperado era a Palavra...aquele bebé não sabia falar...
O Messias seria o caminho...o bebé não sabia andar...
Ia ser a Vida...esta criança morreria se a mãe não a amamentasse....
Era o Criador do Sol....mas este ser tão pequenino, para se aquecer, precisava do calor de uma vaca e de um burro...
Deus cobrira os campos com erva...mas este ser adormecido estava nú...
Não, não eram capazes de entender! Como podiam entender?!
Maria olhava-o e tornava a olhá-lo como se o segredo estivesse escondido debaixo da pele ou atrás dos olhos! Mas, debaixo da pele apenas havia uma carne mais débil do que a pele e atrás dos olhos só havia pequenas lágrimas de recém-nascido! 
A sua cabeça de menina estava repleta de perguntas para as quais não encontrava respostas: se Deus queria descer ao mundo, porque vir pela porta das traseiras, rodeado de pobreza? Se vinha para salvar os homens, porque nascia nesta imensa solidão? E, sobretudo, porque tinha sido ela, a mais débil e a menos importante das mulheres da sua terra, a escolhida?
Não entendia nada, mas acreditava! Como poderia ela saber mais do que Deus? Quem era ela para julgar os seus misteriosos caminhos? Além disso, o menino estava ali, como uma fonte de alegria, infinitamente mais verdadeiro do que qualquer outra resposta"!

Oração: 
Oh, Minha Senhora e também minha mãe
Eu me ofereço, inteiramente, todo a vós.
E em prova da minha devoção, eu hoje vos dou meu coração.
Consagro a vós meus olhos, meus ouvidos, minha boca
Tudo o que sou, desejo que a vós pertença
Incomparável mãe, guardai-me e defendei-me,
Como filho e propriedade vossa, Amém

S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)

sábado, 5 de maio de 2012

Visitação de Nossa Senhora

2ª Cena: Maria visita sua prima Isabel (Lc 1, 39-56)

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.



Contemplemos esta imagem...
Estão representadas duas mulheres. 
Analisemos a sua atitude, a sua forma de olhar...
Quais são as cores dominantes?
Dourado, castanho, ocre... 
Entremos na cena...
Maria visita a sua prima Isabel, para lhe anunciar que vai ser a mãe de Deus!


De que falarão?
Dos seus problemas, da sua realidade, das suas boas notícias...as duas vão ser mães!
Trata-se, de facto, de um grande acontecimento!
Como têm as suas mãos? 
Ambas colocam as mãos sobre o ventre e esse gesto exprime tudo o que sentem e selam a sua maternidade.

Qual é a expressão dos seus rostos?
Os rostos exprimem serenidade e uma alegria repleta de paz e sossego. As suas cabeças estão ligeiramente inclinadas e elas olham-se como se se estivessem saudando. Resplandece a felicidade do encontro.

Olhemos para Maria...
Na sua mão direita, Maria, leva um pergaminho, é aí que está a boa notícia que quer dar à sua prima: ser Mãe de Deus! Como é possível não sair a correr para anunciar tão grande graça?

Analisemos Isabel...
Isabel, estende a sua mão no sentido de acolher Maria na sua casa, felicitá-la e partilhar da sua alegria. Ambas compartilham as suas vidas.


Para Reflectir:
Seguramente, Isabel estaria à porta, pois é à porta que se encontram todos aqueles que esperam uma alegria. Ao ver Maria os seus olhos iluminaram-se, como que pressentindo que uma nova hora estava a chegar. Terá sido uma saudação simples...um simples contacto...talvez, ao abraçarem-se, os dois ventres se tivessem tocado...
João, no ventre de sua mãe, inicia, nesse momento, a sua missão, realizando a mais bela acção apostólica que jamais algum ser humano ousou: anunciar Deus "saltando" no ventre da mãe! E Isabel entendeu o salto do filho, que foi quer para ela, quer para Maria, a tradução das palavras do Anjo, era esta a peça que faltava para completar o puzzle. 
Isabel, agora entendia qual iria ser a função do seu filho; agora entendia porque demorara tanto tempo para ser mãe e toda a sua vida se iluminava como uma vitrina. 
Também o coração de Maria se exultou de alegria...não tinha nada para explicar à prima, ela já sabia tudo! Deus havia-se antecipado às difíceis explicações.


Oração: 

A minha alma glorifica o Senhor 
 E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva: 
 De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo,
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais,
A Abraão e à sua descendência para sempre

Glória ao Pai e ao Filho
E ao Espírito Santo,
Como era no princípio,
Agora e sempre. Ámen.
  
S.S. (Baseado nos textos de Martín Descalzo, Vida e mistério de Jesus de Nazaré)