Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres tens o poder de curar-me”. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” (Mc 1: 40, 41)
No tempo de Jesus as doenças de pele, consideradas contagiosas, tornavam as pessoas impuras e obrigavam-nas a ficar isoladas. Eram condenadas à solidão e ao afastamento da Cidade, não podendo tocar nem ser tocadas por ninguém.
É um homem naquela condição que, cheio de humildade, se aproxima de Jesus e, sem medo de ser desprezado ou repreendido, mas com um coração cheio de fé e esperança Lhe pede que o cure! Jesus cheio de compaixão, ao contrário do que a Lei impunha e, não tendo que o fazer, toca-o e cura-o!
Ao tocá-lo, Jesus, mostra-lhe todo o Seu amor. E mostrando esse amor através do contacto físico, compartilha de forma próxima a dor do leproso.
É assim que Jesus nos ama e nos mostra, de forma tão simples, que não é a nossa impureza, os nossos pecados, que o contagiam bem pelo contrário, é Ele que nos contagia com a sua pureza. É Ele que nos mostra a Luz em vez das trevas, o Amor em vez do egoísmo, a Alegria em vez da dor, a Vida em vez da morte. Na acção de Jesus compreendemos que o bem é mais forte do que o mal e que a graça é mais forte do que o pecado.
A nossa grande ilusão é pensarmos que somos seres sem mácula e incapazes de reconhecer, humildemente, a nossa lepra. A nossa grande ilusão é não percebermos que Cristo veio para nos salvar e nos toca para nos libertar do pecado, da angústia, do sofrimento.
Deixemos de lado a falsa modéstia. Deixemos de lado a máscara de bonzinhos. Deixemos de lado a ilusão de que somos intocáveis e melhores do que os outros. Deixemos de lado a indiferença em relação ao nosso irmão que sofre. Deixemos de lado tudo aquilo que nos torna impuros e nos afasta de Cristo e, como nos diz S. Paulo, “façamos tudo para a glória de Deus.”
Deixemos que Deus nos toque! Deus ama-nos incondicionalmente, aceitemos esse Amor reconhecendo os nossos pecados e recorrendo ao sacramento da reconciliação para assim, com toda a humildade, Lhe dizermos “Senhor, se queres tens o poder de me curar”!
S.S.
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