"TERNURA E BONDADE NÃO SÃO SINAIS DE FRAQUEZA E DESESPERO, MAS SIM MANIFESTAÇÕES DE FORÇA E RESOLUÇÃO".

terça-feira, 26 de abril de 2011

Aleluia, Aleluia

A Semana Santa é, para os cristãos, uma semana de festa e reflexão. É um período essencial, para verdadeiramente se perceber o significado da vida eterna sendo, por isso, necessário que se comemore a passagem da morte para a vida. Podemos assim dizer que é na celebração da paixão, morte e ressurreição que se fundamenta a fé cristã.

«Na alocução que precedeu a oração do Regina Caeli, o Papa frisou que “a ressurreição do Senhor marca a renovação de nossa condição humana” e a seguir acrescentou: “Cristo venceu a morte, causada pelo nosso pecado, e nos reconduz à vida imortal. Desse evento depende toda a vida da Igreja e a própria existência dos cristãos. Um dos sinais característicos da fé na Ressurreição é a saudação entre os cristãos no tempo pascal, inspirado no antigo hino litúrgico: Cristo ressuscitou! Ele realmente ressuscitou! É uma profissão de fé e um compromisso de vida, como aconteceu com as mulheres conforme relatado no Evangelho de São Mateus: De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: «Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão». Toda a Igreja – escreve o Servo de Deus Paulo VI – recebe a missão de evangelizar. Ela permanece como um sinal ao mesmo tempo opaco e luminoso de uma nova presença de Jesus, de sua partida epermanência.”» (Fonte: Radio Vaticano)

Ressurreição é, portanto, a presença de Cristo Vivo, que nos habita todos os dias e, por esse motivo, o centro da nossa vida. Consequentemente, o mistério pascal deve ser vivido todos os dias, em casa, no trabalho, na vida social, com a família e com os amigos, nas alegrias e nas dores, na saúde e na doença e, também na morte.


Desejamos que cada cristão saiba recolocar na sua vida social, pessoal e familiar, a luz e o fermento de Jesus Cristo, para assim melhor o poder Amar, Servir e Seguir.

À semelhança das mulheres, e dos discípulos, diante do sepulcro vazio, sejamos também nós verdadeiras testemunhas da Ressurreição.

Acreditemos verdadeiramente que Cristo vive e está presente em nós e corramos a anunciá-lo a toda a gente.

Aleluia, Aleluia!


"Deveis deixar de viver como vivíeis antes, como homem velho que se corrompe com paixões enganadoras. É preciso que vos renoveis pela transformação espiritual da inteligência e vos revistais do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade". Ef 4, 22-24

domingo, 24 de abril de 2011

Mensagem Urbi et Orbi para a Páscoa 2011

«In resurrectione tua, Christe, coeli et terra laetenturNa vossa Ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra» (Liturgia das Horas).

Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!

A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou! O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos.

Até hoje – mesmo na nossa era de comunicações supertecnológicas – a fé dos cristãos assenta naquele anúncio, no testemunho daquelas irmãs e daqueles irmãos que viram, primeiro, a pedra removida e o túmulo vazio e, depois, os misteriosos mensageiros que atestavam que Jesus, o Crucificado, ressuscitara; em seguida, o Mestre e Senhor em pessoa, vivo e palpável, apareceu a Maria de Magdala, aos dois discípulos de Emaús e, finalmente, aos onze, reunidos no Cenáculo (cf. Mc 16, 9-14).

A ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento, que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem.

Tal como os raios do sol, na primavera, fazem brotar e desabrochar os rebentos nos ramos das árvores, assim também a irradiação que dimana da Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projecto. Por isso, hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e sobretudo o anseio de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita bondade, beleza e verdade.

«Na vossa ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra». A este convite ao louvor, que hoje se eleva do coração da Igreja, os «céus» respondem plenamente: as multidões dos anjos, dos santos e dos beatos unem-se unânimes à nossa exultação. No Céu, tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não é assim sobre a terra! Aqui, neste nosso mundo, o aleluia pascal contrasta ainda com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências. E todavia foi por isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou! Ele morreu também por causa dos nossos pecados de hoje, e também para a redenção da nossa história de hoje Ele ressuscitou. Por isso, esta minha mensagem quer chegar a todos e, como anúncio profético, sobretudo aos povos e às comunidades que estão a sofrer uma hora de paixão, para que Cristo Ressuscitado lhes abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz.

Possa alegrar-se aquela Terra que, primeiro, foi inundada pela luz do Ressuscitado. O fulgor de Cristo chegue também aos povos do Médio Oriente para que a luz da paz e da dignidade humana vença as trevas da divisão, do ódio e das violências. Na Líbia, que as armas cedam o lugar à diplomacia e ao diálogo e se favoreça, na situação actual de conflito, o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências da luta. Nos países da África do Norte e do Médio Oriente, que todos os cidadãos – e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir um sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo respeito da pessoa humana. A tantos prófugos e aos refugiados, que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar os afectos dos seus entes mais queridos, chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para se torne possível, de maneira solidária e concorde, acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.

Possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências. Possa encontrar consolação e esperança a terra do Japão, enquanto enfrenta as dramáticas consequências do recente terremoto, e demais países que, nos meses passados, foram provados por calamidades naturais que semearam sofrimento e angústia.

Alegrem-se os céus e a terra pelo testemunho de quantos sofrem contrariedades ou mesmo perseguições pela sua fé no Senhor Jesus. O anúncio da sua ressurreição vitoriosa neles infunda coragem e confiança.

Queridos irmãos e irmãs! Cristo ressuscitado caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está connosco até ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia. No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha connosco. Por isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado para o Céu.

Boa Páscoa a todos!

Benedictus PP XVI

CIDADE DO VATICANO, domingo, 24 de abril de 2011

[Tradução distribuída pela Santa Sé©Libreria Editrice Vaticana]

Plenitude

Senhor Ressuscitado,
o poder
da tua nova vida
transcende-nos.


Possamos nós receber,
com alegria, a notícia
de que fomos reconciliados.


Tu, que nos chamas amigos,
aquece os nossos
corações pesarosos
com o fogo do teu amor
e alimenta-nos
com a comida
que satisfaz realmente.


in "A Loucura de Deus"

sábado, 23 de abril de 2011

Está Vivo!


Uma cena familiar:
Sinais de morte à sua volta,
Uma mulher de joelhos,
Chorando,
Junto ao túmulo do Amado.
Jesus de Nazaré,
Um nome gravado na pedra:
A sua morte, violenta;
A sua sepultura,
Entre os numerosos túmulos
Dos mortos
Que pontilham o solo,
Em todos os lugares da nossa terra.
Maria de Magdala.
Deves ter vindo de muito longe.
Os teus pés maltratados,
Descalços,
Contam-nos a história
Da tua viagem
Pela noite,
Para tocar a pedra
Daquele que amas,
E que já não É.
Mulher,
Porque o procuras
entre os mortos?
Porque choras?
Olha para o céu.
Não consegues perceber?
A luz dum brilhante alvorecer
Dissipa a escuridão
Da noite.
Racha as pedras.
A Morte foi derrotada!
As sepulturas estão banhadas de luz,
Aquecidas, acordadas.
Agora, essa luz brilha em ti,
Tão luminosa
Que quase não a podes suportar.
Ouves?
Ele chama-te pelo teu nome.
Maria, Mulher,
Vai e diz aos meus irmãos.
Diz a todos:
«Estou vivo!»
Rina Risitano
in "A Loucura de Deus"

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Seio Materno!

Tudo está consumado!
Agora já não há
Choros de piedade
Nem dor, nem luta.
O corpo finalmente em paz,
Acolhido no regaço de sua Mãe.

Silêncio,
Intimidade,
Paz.
O seio materno!

A Mãe envolve
Ternamente o Filho,
Acarinhando o corpo ensanguentado;
Nu, como no dia
Em que o deu à luz.

Agora, acalma-o
Para o alvorecer
De um novo nascimento.

Os crânios dos nossos pais,
Símbolos de morte,
Agora resgatados
Pelo novo Adão e pela nova Eva.

Entretanto, a aurora
Preenche a Criação
De vida nova.

A pomba,
Trazendo um ramo de oliveira,
Anuncia
A nova aliança da paz.

«Bendito o fruto do teu ventre!»
Rina Risitano
in "A loucura de Deus"

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cruz

"Cruz, rosa
Dos ventos sem direcção que não seja o centro. Coluna
Sustentada pelos braços como um amigo que chega. Rosa
De orvalho e sangue para o corpo trespassado de sede.
Árvore que bebe do homem. Árvore
Em silêncio onde escutamos a palavra
Em carne viva. Verbo
Tão inteiro que se fez espelho."
Daniel Faria

terça-feira, 19 de abril de 2011

Chama de Amor Viva

Oh cativeiro suave!
Oh deliciosa chaga!
0h toque delicado! Oh mão querida,
Que à vida eterna sabe,
Toda a dívida paga!
Matando, a morte transformaste em vida.

Oh lâmpadas de fogo,
Em cujos resplendores
As profundas cavernas do sentido,
Escuro e cego, logo
Com estranhos primores
Calor e luz dão junto ao seu querido!

Quão manso e amoroso
Acordas em meu seio,
Onde, em segredo, solitário moras;
E em teu aspirar gostoso,
De bem e glória cheio,
Quão delicadamente me enamoras!"

S. João da Cruz

domingo, 17 de abril de 2011

Deixar-me nas mãos de Deus

"Deixar-me nas mãos de Deus e dizer sempre: cumpra-se a Tua vontade em mim." (Sta. Rafaela Maria)

Margarida Alvim (in http://www.aciportugal.org/)

sábado, 16 de abril de 2011

O AMOR QUE ME BASTA

Estamos quase a chegar ao grande dia, o dia da festa da Ressurreição! Esta festa tem que ser vivida na plenitude e de acordo com a grandeza do Amor que o Senhor tem por cada um de nós, para isso, é fundamental estarmos reconciliados, com Ele, com o outro, connosco!

Reconciliarmo-nos é renovar a aliança amorosa que temos com Deus e restaurar na nossa vida o projecto que Ele tem para cada um de nós. É receber a presença de Deus misericordioso e permitir que Ele nos salve e transforme a nossa forma de pensar, ser e agir. É um processo de conversão que deve ser iniciado com uma tomada de consciência. É um recomeço. Uma decisão radical de mudança, conseguida através do Espírito Santo.

Agradeço os dons e graças que recebo todos os dias? Recordo todas as circunstâncias através das quais entendi melhor tudo o que Deus me dá, gratuitamente. Consigo ver a importância que Deus tem na minha vida?

Ponho-me diante do Pai e apercebo-me da presença do Espírito em mim. Com um coração humilde peço luz para me encontrar, no fundo do meu eu, olho a minha vida, diante do olhar de Deus que me ama.

Reconheço a acção do Espírito Santo em mim e peço-Lhe que me ajude a recordar as palavras, as acções e os pensamentos na minha relação com o outro…estou consciente de quem sou, do que faço e do sinto interiormente? O que vivo vem de dentro para fora? O meu caminho é feito com e para Deus?

Peço perdão e encontro-me na presença da misericórdia divina. É o Pai que na sua imensa bondade e amor me pega ao colo. Reconheço o Seu desejo de me conduzir no caminho da Vida e deixo que Ele me conduza.

Escuto a Sua voz? O que é que Deus me pede? Tenho a coragem de Lhe dizer sim? Comprometo-me e aceito viver de acordo com a Sua Palavra…deixo-me envolver pela Sua graça…renovo-me…e renovada sinto-me em paz e preparada para continuar a seguir o caminho que o Senhor tem para mim. Nesta entrega, sincera, tomo consciência de que é este o AMOR que me basta!
S.S. in "MG"

domingo, 10 de abril de 2011

Crisálida

"Tantas vezes sentimos os falhanços das nossas esperanças, sonhos e planos. Os nossos esforços podem parecer vazios e as nossas tentativas infrutíferas. Rolou-se uma pedra à entrada dos nossos corações, das nossas relações, de toda a nossa vida - a pedra mantém tudo do lado de fora.
No entanto, a menos que o grão de trigo morra, não produz fruto. Baptizados em Cristo, enraizados nele, somos portadores da sua vida nova. Trazemos connosco a certeza de que com Ele nada é impossível".

in a Loucura de Deus