Uma cena familiar:
Sinais de morte à sua volta,
Uma mulher de joelhos,
Chorando,
Junto ao túmulo do Amado.
Jesus de Nazaré,
Um nome gravado na pedra:
A sua morte, violenta;
A sua sepultura,
Entre os numerosos túmulos
Dos mortos
Que pontilham o solo,
Em todos os lugares da nossa terra.
Um nome gravado na pedra:
A sua morte, violenta;
A sua sepultura,
Entre os numerosos túmulos
Dos mortos
Que pontilham o solo,
Em todos os lugares da nossa terra.
Maria de Magdala.
Deves ter vindo de muito longe.
Os teus pés maltratados,
Descalços,
Contam-nos a história
Da tua viagem
Pela noite,
Para tocar a pedra
Daquele que amas,
E que já não É.
Deves ter vindo de muito longe.
Os teus pés maltratados,
Descalços,
Contam-nos a história
Da tua viagem
Pela noite,
Para tocar a pedra
Daquele que amas,
E que já não É.
Mulher,
Porque o procuras
entre os mortos?
Porque choras?
Olha para o céu.
Porque o procuras
entre os mortos?
Porque choras?
Olha para o céu.
Não consegues perceber?
A luz dum brilhante alvorecer
Dissipa a escuridão
Da noite.
Racha as pedras.
A luz dum brilhante alvorecer
Dissipa a escuridão
Da noite.
Racha as pedras.
A Morte foi derrotada!
As sepulturas estão banhadas de luz,
Aquecidas, acordadas.
Agora, essa luz brilha em ti,
Tão luminosa
Que quase não a podes suportar.
Ouves?
Ele chama-te pelo teu nome.
As sepulturas estão banhadas de luz,
Aquecidas, acordadas.
Agora, essa luz brilha em ti,
Tão luminosa
Que quase não a podes suportar.
Ouves?
Ele chama-te pelo teu nome.
Maria, Mulher,
Vai e diz aos meus irmãos.
Diz a todos:
Vai e diz aos meus irmãos.
Diz a todos:
«Estou vivo!»
Rina Risitano
in "A Loucura de Deus"
in "A Loucura de Deus"
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